Terça-feira, 8 de Maio de 2007

Pois é, a vida é mesmo assim, nunca ninguém disse que isto ia ser fácil...

Quando tava pra nascer e falei lá com a congregação dos santos que nos trazem à Terra, pra ver se trazia os vistos em ordem e o passaporte relativamente legal, nunca ninguém me disse que ia chegar uma altura da vida em que a gente se tem de levantar às 7 horas da matina, pouco depois, pra pôr o rabiosque sentado durante horas numa sala de paredes amarelas a ouvir "pessoas crescidas" dissertarem sobre poluição e o facto de irmos todos, inevitavelmente, morrer - seja de um cancro qualquer ou do ozono troposférico - ou sobre números imaginários e complexos, como se a vida não fosse, por si mesma, tão irreal quanto pode ser.

 

  E também não me disse o santo, no balcão de atendimento, que ia ter de esperar 18 minutos todos os santos dias que quisesse ir de metro pra casa, enquanto passam todos os metros e mais alguns para todos os sítios e mais alguns, para meu desespero e para desespero da pessoa na forma da Ana Clara, esse exemplo de boa rapariga.

 

  

Muito bem. Eu não me queixo. Volta e meia, os santos também não me avisaram que ia nascer com os melhores pais do mundo e volta e meia, também não me avisaram que ia nascer com possibilidade de fazer descer da congregação dos santos uma outra vida. Isso é das coisas mais belas que temos, não?

 

E é claro que, volta e meia, não me avisaram os aureulaicos senhores que iam entrar na minha vida pessoas tão maravilhosas como são aquelas que conheço - como a minha patruska e aqueles amigos chegados, muuuuito chegados - nem tão pouco me alertaram que a vida ia dar voltas de 180º todos os dias e nos afastava dessas pessoas quando menos queríamos. Por esta, estou a pensar fazer queixa da congregação, quando o buraco na camada de ozono me mandar desta pra melhor.

 

Por isso, estou a pensar aproveitar mesmo bem todos os pequenos prazeres da vida para poder dar o melhor dela e de mim e para poder fazer uma descrição pormenorizada aos senhores do departamento de Passaportes prá Vida, e mostrar-lhes que, mesmo sem estar avisada, fiz desta vida algo memorável. Julgo que é esta a minha "vingança"!

 

 

 

 

A todas as pessoas, aos meus leitores e fãs pelo mundo fora, :), desejo uma excelente vida!

    

Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2006

Viagem sem retorno...

 

É urgente reconhecer a urgência de nos sabermos urgentemente perdidos num sem-fim de um inúmero de coisas nenhumas…urgentes!
 
 
Por isso digo a mim mesma que sei quem sou e que me encontro, por e para mim mesma… Sou eu e fujo ao mesmo tempo!
 
 
E se for tentar encontrar, no meio do nenhures em que nos envolvemos, dia-a-dia, um pedaço de mim ou do que fui, encontrá-lo-ei coberto de gelo ou de solidão, porque isso é o mesmo que Ser, hoje, e é o mesmo que encontrar uma alma perdida no meio da neblina.
 
 
E não preciso de te dizer que não sei onde estás, porque tu já sabes… deixámos de ver há muito tempo. Deixámos que aquele frio nos despisse de toda a felicidade e de toda a visão do mundo em que “vivemos”, não porque uma seja outra, mas porque reconheço que sem uma, não há a outra. E tu sabes isso? Reconheces que, como eu, já não vês e que praticamente não estás aqui?
 
 
Eu tento ficar. Tento, a sério. Tento ficar e prender-me ao pouco que sou, ao pouco que é meu, que sou eu e és tu… e como tu já fugiste, prendo-me àquela árvore que ainda tem as raízes mais sólidas que o meu ser… e que o meu viver e que o meu olhar e que tudo aquilo que eu possa fazer na “vida”.
 
 
E tu? Sabes “viver”?
                                      

E o que é o amor? Lembras-te? Também fugiu, há pouco tempo… só há os restos, só aquilo que ainda me veste de trapos, e mesmo assim, estou quase despida.
 
 
E a amizade? É mais forte que nós? É mais forte que o mundo que está a acabar? Não sei… para mim, desapareceu contigo. Não a vejo, não a sinto, não lhe toco, nem a cheiro…
 
 
De qualquer maneira, os meus sentidos já não são o que eram… Ver, já não vejo. Já não sinto o sabor da fruta fresca – que fruta fresca?! – nem ouço pássaros a cantar, felizes – mas também, já não devem existir pássaros para ouvir. Fugiram contigo, ou foram ter com Deus.
 
 
Sinto-me como se adormecesse… foi isto que sentiste, quando te foste? É muito estranho. Já não sinto aquela urgência… Mas também, já não há nada para salvar.
Deitei-me. É como se me prendessem aqui, como se eu soubesse que não há possibilidade de voltar… para onde?!
 
 
Agarram-me. É suposto ver-se uma luz? Mas eu já nem vejo…
 
 
Puxam-me. Sinto-me libertar-me. De certo modo, é aliviante. Desde que não volte… até pode ser que me encontre comigo, no sítio para onde vou.
 
 
Serei a última a partir?
 
 
Ainda me lembro do último som que ouvi.
Era a voz de uma criança. A última criança que eu conheci… Eu.
Disse: “Adeus, mundo.”
 
 
Soltei-me.
 
 
E parti.

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