A minha querida Samira, já vos tinha falado dela, sendo a estrela cá da casa, não é, por isso, menos palerma do que aparenta ser, como podem ver pela foto. Digamos que, às vezes, me apanho a olhar para a criatura e a pensar como será possível que alguém possa existir quase totalmente à margem de regras e ainda assim viver à grande e a francesa, com todo o luxo e necessidades (básicas e não só) supridas. Ela dorme, come, dorme, "deixa presentes" e dorme. Só. Pura e simplesmente.
Não lhe é exigido que proteja a casa, não lhe é exigido que cumpra à risca as regras mais tolas - só aquelas essenciais à co-habitação de três seres humanos e um "bicho" - não lhe é exigido que 'o' faça mesmo no jornal, se for na zona paralela aos periódicos, num raio de meio metro, já é considerado bem feito. É uma miúda de sorte.
Até nas viagens... comprou-se-lhe um reboque jeitoso, espaçoso, mas a menina reparou que não se dá bem com tratamento abaixo de realeza... pelo que já conquistou (com aquele tamanhão) o seu lugar ao sol dentro do carro, mais propriamente ao lado do banco onde geralmente vou eu sentada. Tudo bem, eu gosto da miúda, porque não deixá-la ir deitada a ocupar quase três lugares à minha beira? (Pergunto-me como seria se pagasse bilhete... era capaz de me rosnar se lhe dissesse que tinha de pagar três).
A viagem deste ano, penso eu, também vai ser ao género preferido de Sua Canileza. Quanto a mim, já me sentei à frente dela e propus-lhe seriamente que se deixasse ir num saco dos correios até ao ponto de chegada. Garanti-lhe que eu mesma punha o selo de "Correio Azul" com o aviso à frente "Se ladrar, não ligue"... Claro que na zona (da) traseira teria de escrever "Frágil... não cheire!".
Ela não foi nessa. O problema dela continua a ser o de ser minimamente inteligente para olhar para mim com ar palerma e ofegar exageradamente, com a língua de fora, sempre que lhe faço propostas destas.
Não sei bem... mas talvez seja por esse ar apalermado que eu gosto tanto dela.
Tenho andado espantada comigo. Há dias, deu-me para pegar numa colecção de livros velhotes que tinha cá por casa, de chamativo título "Alice", que contam a história de uns poucos anos da vida de uma miúda de doze anos que, apesar de tudo, acaba por ter os problemas, pensamentos, sensações e desastres que uma miúda de dezoito. Digo isto porque eu própria tenho acontecimentos, sonhos, desgraças e ilusões semelhantes ao que a autora resolveu incrustrar nos poucos e fictícios anos de vida da Alice.
Às tantas, dei por mim a abanar a cabeça por estar a ler livros de tal modo infantis (descobri, mais tarde, com um revirar de olhos, que na contracapa dizia "a partir de 13 anos"), mas eram de tal modo viciantes, que li tudo de uma vez - são tão finos que se lê um, com facilidade, em poucas horas - e só parei no quinto da colecção porque não tinha mais. Apesar de corar de cada vez que me obrigava a lembrar que são mesmo livros para crianças, não pude deixar de dar valentes gargalhadas com as piadas jeitosas e sarcasmos bem acomodados lá por dentro. Tal como não deixei de chorar desalmadamente - e com toda a razão - no final do quinto livro.
Chorei porque foi tão afiada a crítica, a lembrança, até, dos problemas de muitos jovens de hoje em dia, que nem me apercebi bem do que estava a acontecer, até compreender que, num livro até então totalmente infantil e doce, tínhamos chegado à parte em que era necessária uma intervenção mais forte para dar a entender que isto acontece mesmo!
Uma das personagens - uma rapariga carente, gordinha, triste, maltratada pela mãe e com a horrível culpa, no peito, de ter nascido como filha indesejada - resolveu pôr termo à vida, nas palavras da autora, sendo «colhida por um comboio» (detestei a expressão, mas nessa altura já eu estava num pranto infindável), por preferir a morte a uma vida que, afinal, nem vida era.
E agora pergunto eu... quantas crianças haverá por aí que escolhem, talvez diariamente, entre a vida e a morte tão levianamente como se decidissem entre café ou chocolate? E a verdade é que, no meio da falta de vida, amor e tudo o que necessitam, acaba por fazer sentido a existência do ter de escolher. E o que assusta, o que me choca e enfurece, é que não é delas, das pobres crianças, a culpa do terem de escolher. É de quem lhes inferniza a vida... é de quem lhes põe, no prato da balança que pende para o término da vida, todas as razões e mais algumas para não existirem.
Pergunto-me o que pode uma pessoa como eu fazer contra algo assim. Provavelmente há muitos que dirão "cuida bem dos teus filhos para nunca terem de sofrer essa escolha ou a pior resolução dela" mas... e todos os outros piquenos que não têm quem os guie? Sinto-me triste, furiosa, enojada com o mundo em que vivemos... e mais irritada ainda com o pouco que posso fazer para melhorar situações como esta.
Porque será que a vida nunca corre como a delineamos? Ok, ok... não estou à espera que tudo o que sonho se torne realidade, nem tenho expectativas eleavadas por aí além de que tudo o que desejo venha a ser possível... Mas também não esperava que tanta coisa "menos boa" me caísse assim nos ombros, de repente. E digo "menos boa" pelo medo de poder, eventualmente, algo pior chegar - batam na madeira! - e nesse caso, talvez eu chegasse a utilizar o termo "coisa má".
Chega a ser cruel da parte do destino encavalitar, com tanta falta de sensibilidade e tacto, tanta coisa uma a seguir à outra... se me esforçar sou quase capaz de o ouvir gargalhar na minha cara confusa.
Não, não sou de acreditar que a nossa vida está toda escrita como vai acontecer, de trás para a frente... sou, antes, de acreditar que cada pedaço da nossa vida está escrito e pode ser re-escrito conforme as escolhas que fizermos, os passos que tomarmos e os caminhos que palmilharmos.
Pois bem, os tempos recentes provam que o santo encarregue de escrever a minha história era provido de um sarcástico sentido de humor. Talvez me tenha calhado o Shakespeare dos santos, no que toca ao dramatismo da entrada em cena de cada problema, mas, pessoalmente, não estou a gostar muito do Acto actual. Por favor, que se resolvam os tais problemas, que se feche o pano, façamos um pequeno intervalo, e re-inicie-se a vidinha boa e despreocupada... num género de mais Comédia romântica e menos Drama. Obrigada.
Uma pequena nota ao tal santo que se esmerou na imaginativa história da minha vida: estou profundamente agradecida por, a rasgar a chuva e as negras nuvens, estarem os raios de sol, mais luminosos e quentes que nunca - sejam na forma da minha família ou dos amigos.
Quanto aos problemas que me colocou: pretendo superá-los a todos heroicamente e demonstrar que sou digna do papel de protagonista nesta história. Pois, até ver, quem ri por último é o que ri melhor.
Para a minha querida flautista. Porque sem ela, eu não teria uma prima tão fantabulástica! Parabéns pela pessoa fantástica em que te estás a tornar, minha querida. Beijinhos imensos!
Esta música, dedico-a a todos aqueles que me apoiam. A todos aqueles que estão sempre lá, ou melhor, sempre cá, perto do coração, para o segurar quando ele já não tem forças para ser e viver sozinho. A minha vida não seria nada sem a vossa existência. Obrigada.
"You Raise Me Up"
When I am down and, oh my soul, so weary;
When troubles come and my heart burdened be;
Then, I am still and wait here in the silence,
Until you come and sit awhile with me.
You raise me up, so I can stand on mountains;
You raise me up, to walk on stormy seas;
I am strong, when I am on your shoulders;
You raise me up... To more than I can be.
(...)
You raise me up... To more than I can be.
Ora pois muito bem!
A pedido de uma grandessíssima maioria dos meus leitores e queridos fãs, aqui estou eu uma vez mais para regurgitar às teclas e às mentes menos sãs que ainda visitam este blog, um pouco de uma parte desta vida de miúda adolescente e já cansada do quotidiano escolar.
Ah, mas é verdade! O ano acabou!
E com ele vêm os exames, [as férias!], as aulas extras, [os bons filmes em inglês à noite!], a Mariazinha praticamente todos os dias, [a praia!], a saída das notas, [o cinema com os amigos!], o ter de decorar livros inteiros e saber mais sobre a fragmentação de Fernando Pessoa, enfim!... todo um conjunto exorbitante de prós e contras sobre o terminar de um longo ano lectivo que dariam o seu prórpio programa de televisão!
Mas nem tudo o que é mau dura 'pra sempre e nem tudo o que é bom sempre acaba! Na realidade, não me imagino a viver sem a maior parte das pessoas das quais o destino me obrigou a separar, ao longo desta ainda curta vida! É verdade que eu e esse tal de destino ainda temos umas contas a ajustar, essencialmente devido àquele rapaz giríssimo que vi no outro dia e que não pude conhecer, mas fora isso, esse senhor destino até tem sido mesmo um mãos-largas cá 'prá je, porque conheço pessoas fantásticas que mantêm relações de amizade fantásticas com a minha [fantástica] pessoa e das quais não tenciono "deslargar-me" tão cedo.
Portanto, e àquelas pessoas que julgam que "uff, o ano acabou finalmente, nunca mais vou pôr a vista em cima daquela miúda, vou mas é tratar-me psicologicamente do facto de a ter conhecido", desenganem-se! Não vão livrar-se assim tão facilmente aqui da pessoa na forma da vossa amada *Palavreadora*! Tenho dito!
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